sexta-feira, 19 de março de 2010

Relatório das Nações Unidas inclui Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte e Brasília na lista das cidades mais desiguais do planeta...

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/03/19/brasil-tem-quatro-cidades-entre-as-mais-desiguais-do-mundo-diz-onu.jhtm
19/03/2010 - 16h44



Brasil tem quatro cidades entre as mais desiguais do mundo, diz ONU


Do UOL Notícias
Em São Paulo


Um relatório das Nações Unidas divulgado nesta sexta-feira (19) apontou Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte e Brasília como as cidades de maior desigualdade social no Brasil. Os três municípios que encabeçam a lista ficam na África do Sul, que receberá a Copa do Mundo deste ano.

Brasil poderia ter investido mais na melhoria de favelas, diz oficial da ONU
Cerca de 10,4 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas no Brasil nos últimos dez anos, segundo estudo divulgado ontem (18) pela agência da Organização das Nações Unidas para Habitação (ONU-Habitat). Isso significa que a população das favelas foi reduzida em 16% no país. No entanto, diz o coordenador da pesquisa, Eduardo López Moreno, o progresso brasileiro poderia ter sido maior
Leia a nota completa http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/03/19/brasil-poderia-ter-investido-mais-na-melhoria-de-favelas-diz-oficial-da-onu.jhtm


Os municípios líderes em desigualdade, de acordo com a pesquisa feita em 109 países, são os sul-africanos Buffalo City, Johannesburgo e Ekurhuleni, logo à frente dos quatro brasileiros. A medida foi tirada levando em conta o índice de Gini, que se baseia na renda e varia de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade social.
As cidades sul-africanas marcaram coeficiente de 0,71 ou mais, enquanto as brasileiras exibem mais de 0,60 no índice. O índice de desigualdade, no entanto, nem sempre se refere a pobreza. Brasília é um exemplo de cidade com ampla rede de serviços públicos, por exemplo, mas a diferença de renda pesa no indicador.

Favelas


Na quinta-feira, dados do mesmo estudo apontaram que o Brasil reduziu em 16% sua população de favelas, com cerca de 10,4 milhões de pessoas deixando esse tipo de habitação nos últimos 10 anos. Apesar disso, o número de habitantes de moradia precária em todo o mundo no mesmo período avançou de 776,7 milhões para 827,6 milhões.
O número de brasileiros que moram em favelas diminuiu de 31,5% para 26,4% em dez anos devido à adoção de políticas econômicas e sociais, à diminuição da taxa de natalidade e à migração do campo para a cidade, disse o relatório da ONU.



Assusta-me ver nossa democracia à mercê dos humores dos juízes (quem os elegeu e a quem prestam contas mesmo?)...

Casos de corrupção devem ser célere e profundamente investigados.  Mas tão ou mais grave que a impunidade é o descarte sumário do Direito Fundamental a contraditório e ampla defesa!
Acho muito estranha essa naturalidade com que tratam a cassação do exercício da representação por dezenas de mandatários, mal (provavelmente, em sua maioria) ou bem eleitos regularmente pela maioria da população do DF... Ou a retirada do mandato de um governador - que caiu em função de escândalo de natureza diver$a - pelo TRE com o fraquíssimo pretexto de infidelidade partidária ao DEM que já o havia praticamente desligado por medo de "contaminação" pelo noticiário negativo.  Não seria bem melhor apurar e julgar tudo "sem jeitinhos" e deixar que o povo tenha acesso adequado às informações e retire democraticamente o mandato dos maus políticos pelo voto?
Aliás, no seio da inatingível Reforma Política, defendo que todo processo de perda de mandato (no Executivo ou Legislativo nas vagas eventualmente providas com adoção de voto distrital, pois senão correríamos o risco de uma ditadura em que qualquer maioria esmagaria as minorias...) seja desburocratizado, mas via PLEBISCITO!

http://www.dzai.com.br/blog/blogdaanamariacampos?tv_pos_id=55500
19.03.2010



MPDFT quer vetar metade da Câmara na eleição indireta

O Ministério Público do DF quer evitar a participação dos deputados e suplente citados direta ou indiretamente nas investigações da Caixa de Pandora no processo de eleição para o próximo governador do DF.
Ou seja, esses políticos, se a Justiça autorizar, ficariam impedidos de participar, como candidatos ou eleitores, da votação indireta na Câmara Legislativa, que vai eleger o governador e vice para mandato tampão até 31 de dezembro de 2010.
Na avaliação do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas do MPDFT, não poderiam participar da eleição indireta os deputados Aylton Gomes (PMN), Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Eurides Brito (PMDB), Geraldo Naves (sem partido), Jaqueline Roriz (PMN), Batista das Cooperativas (PRP), Rogério Ulysses (sem partido), Rôney Nemer (PMDB), Raimundo Ribeiro (PSDB), Pedro do Ovo (PRP) e Milton Barbosa (PSDB).
Metade dos 24 distritais estará fora, se a Justiça acatar o pedido do Ministério Público do DF. Suplentes serão chamados para votar, mas estarão impedidos 14 políticos que constam na lista de suplentes do TRE-DF.

Postado às 09h06



quarta-feira, 17 de março de 2010

Pensamentos sobre nossa "moderna sociedade democrática"...

Receita para o Desastre

Nós criamos uma civilização global em que elementos cruciais - como as comunicações, o comércio, a educação e até a instituição democrática do voto - dependem profundamente da ciência e da tecnologia.
Também criamos uma ordem em que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. É uma receita para o desastre. Podemos escapar ilesos por algum tempo, porém mais cedo ou mais tarde essa mistura inflamável de ignorância e poder vai explodir na nossa cara.

Carl Sagan
cientista, escritor e divulgador científico

Sagan, Carl - O Mundo Assombrado pelos Demônios (The Demon-haunted World),
Cia das Letras, 1997, Sao Paulo, pg. 39


Segurança de Dados

Se você acredita que a tecnologia pode resolver seus problemas de segurança, então você não conhece os problemas e nem a tecnologia.

Bruce Schneier
criptógrafo, moderador do Crypto-Gram Newsletter

Schneier, Bruce - Segurança.com (secrets and lies),
Ed. Campus, 2001, Rio de Janeiro, pg. 12


O Fim das Fraudes

No Brasil, sempre houve fraude eleitoral. O que as urnas eletrônicas produziram não foi o fim das fraudes. Foi o fim da investigação das fraudes.

Pedro Dória
Jornalista e Blogueiro


O que importa?

Quem vota e como vota não conta nada; quem conta os votos é que realmente importa.

Josef Stalin
Primeiro Ministro da finada União Soviética (e um dos maiores especialistas no "avesso da Democracia" da História... ;-) )

Ainda eleições limpas (em 2014?)... http://www.votoseguro.org/

Recomendo uma visita ao sítio e leitura do rico material sobre mais essa luta árdua para que venhamos a construir uma Democracia razoavelmente confiável, pois além das históricas distorções do sistema político-eleitoral, temos as fontes de insegurança no próprio processo de votação e apuração!

(v. http://www.brunazo.eng.br/voto-e/livros/FeD.htm)

Art. 5º da Minirreforma Eleitoral


A Lei da Independência do Software nas Urnas-E
Lei 12034/09 - publicada no Diário Oficial da União de 30/09/2009

Artigos e Textos do Voto Eletrônico

Índice
1. Histórico
2. A Independência do Software nas urnas eletrônicas
3. O Artigo 5º da Lei 12.034/2009 - texto oficial
4. A primeira Lei do Voto Impresso - revogada
5. A Lei do Voto Virtual - em vigor

1. Histórico

A Lei 12.034/09, conhecida como Minirreforma Eleitoral, foi sancionada em 29 de setembro de 2009 e estabelece novas regras eleitorais relativas ao uso da Internet, a campanhas e prestação de contas. Também aborda a auditoria do resultado eleitoral e reintroduz o voto em trânsito.
O artigo 5º da minirreforma traz o conceito de Auditoria Independente do Software nas Urnas Eletrônicas que deverá ser realizada por meio da recontagem do Voto Impresso Conferível pelo Eleitor em 2% das seções eleitorais.
Esta nova lei vêm complementar, sem alterar, a Lei do Voto Virtual (2003) e revive a primeira Lei do Voto Impresso (2002) que havia sido revogada em 2003 antes de viger.
A idéia de imprimir o voto para conferência da apuração, enfrenta ferenha oposição dentro do corpo administrativo da autoridade eleitoral brasileira, e nasceu lá de dentro forte pressão sobre os legisladores e sobre o Presidente da República para que este artigo 5º fosse derrubado.
Vieram a público verberar e pressionar contra o voto impresso e, por consequência, contra a auditoria independente do software nas urnas três presidentes ou ex-presidentres do TSE: o Min. Ayres Britto (presidente do TSE), o Min. Gilmar Mendes (presidente do STF) e o Min. da Defesa Nelson Jobim (ex-presidente do TSE e do STF).
Apesar deste lobby vindo do poder judiciário superior, os legisladores e o chefe do poder executivo houveram por bem enfrentá-lo, criando a Lei da Independência do Software nas Urnas-E, o art. 5º da lei 12.034.
Para fazer justiça, o Fórum do Voto Eletrônico parabeniza as autoridades políticas que mais contribuiram para a aprovação da Lei da Independência do Software nas Urnas-E, destacando:

Dep. Michel Temer (PMDB-SP) - presidente da Câmara dos Deputados que apoiou e estimulou o colégio de lideres a aprovar uma reforma eleitoral possível, visando recuperar a função legislativa do Congresso.
Dep. Flavio Dino (PCdoB-MA)- relator do projeto de lei, que resistiu à pressão do judiciário para excluir o voto impresso;
Dep. Brizola Neto (PDT-RJ) - que levou a idéia e convenceu o colégio de lideres a adotá-la;
Dep. Gerson Peres (PP-PA), Dep. Geraldo Magela (PT-DF), Dep. Vital do Rego (PMDB-PB) e Dep. Janete Capiberibe (PSB-AP) que ajudaram na tramitação na Câmara;
Sen. Flávio Torres (PDT-CE), Sen. Renato Casagrande (PSB-ES) e Sen. Wellington Salgado (PMDB-MG) que ajudaram na tramitação no Senado;
Pres. Lula, que sancionou a lei enfrentanto o lobby do judiciário superior que pedia o veto.
obs.: a diversidade partidária dos citados demonstra a que a tese da auditoria independente nas urnas-e e o próprio Fórum do Voto-E têm natureza supra-partidária.

2. A Independência do Software nas urnas eletrônicas

O conceito de Independência do Software em Máquinas de Votar vem ganhando cada vez mais espaço e tem sido adotado como referência técnica no meio acadêmico e no meio eleitoral oficial internacional.
A independência do software não significa que tais máquinas não devam possuir software e, sim, que a auditoria da apuração eletrônica dos votos deve ser feita de forma que independa da integridade do software das próprias máquinas, ou seja, a recontagem dos votos sempre dará o mesmo resultado esteja ou não integro o software do equipamento.
Este conceito foi proposto inicialmente em 2006 por Ronald Rivest (MIT) e John Wack (NIST) no artigo On the notion of "software independence" in voting systems, para enfrentar a dificuldade de comprovar a integridade dos programas em urnas eletrônicas, onde explicitamente resumem:
"Propomos que sistemas de votação independentes do software sejam preferidos e que sistemas de votação dependentes do software sejam abandonados."
É necessário destacar a importância do matemático Ph.D. Ronald Rivest no contexto do voto eletrônico. É de sua concepção três inovadores e importantes conceitos de segurança que, de algum modo, permeiam todos os sistemas eleitorais existentes e em construção, inclusive no sistema eleitoral brasileiro.
São suas principais contribuições:

Assinatura Digital (RSA) - 1977 - para garantir a integridade de arquivos digitais. Adotada pelo TSE como principal salvaguarda do sistema brasileiro.

Three Ballot Voting System - 2004 - sistema criptográfico de votação baseado no Sistema Chaum, com entrega do voto criptografado ao eleitor para que este possa conferir que foi devidamente apurado.

Independência do Software em Máquinas de Votar - 2006 - aqui resumido.

A técnica matemática de Assinatura Digital para garantir integridade de dados, foi proposta em 1977 como aplicação genérica. Com sua adoção em sistemas eleitorais, Rivest notou que o uso da assinatura digital não conseguia cumprir a esperada garantia de integridade do software eleitoral e, então, envolveu-se na criação de novas técnicas de segurança para esta área.
Rivest participou dos três principais grupos de estudos sobre voto eletrônico: o CalTech-MIT Voting Technology Project , o Brennan Center Task Force e o Voluntary Voting System Guidelines (VVSG).
Nestas Diretrizes VVSG, que é a primeira norma técnica sobre auditoria de sistemas eleitorais eletrônicos, a independência do software foi adotada como absolutamente necessária para o credenciamento desses sistemas, conforme explícito na seção Intro 2.4:
"Todos os sistemas de votação precisam ser independentes do software para estar conformes com esta norma.
Um exemplo de sistema dependente do software são as máquinas DRE (urnas brasileiras são deste tipo DRE), que NÃO estão conforme com estas normas.
Atualmente, os sistemas de votação que podem satisfazer a definição de independência do software usam os registros em papel conferível pelo eleitor"
A Independência do Software está sendo adotada em países como: EUA, Alemanha, Holanda, Reino Unido e, na América Latina, na Venezuela, na Argentina e no México. O Brasil estava para trás.
No Brasil, o TSE tem usado a Assinatura Digital como salvaguarda em suas urnas eletrônicas, conceito criado em 1977 e insuficiente para a segurança esperada, e chama isto de "técnicas modernas".
A nova Lei da Independência do Software nas Urnas-E vem finalmente alinhar o Brasil aos demais países que modernizam suas eleições adotando a recontagem por amostragem do registro independente do voto conferível pelo eleitor.
Em eleições, moderno é dispor de um sistema que permita a auditoria do resultado.
Retrocesso é votar em máquinas, como as brasileiras, cujo resultado não tem como ser conferido.

3. O Artigo 5º da Lei 12.034/2009
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12034.htm

Lei nº 12.034, de 29.09.2009; publicada no D.O.U. de 30.09.2009
Art. 5º - Fica criado, a partir das eleições de 2014, inclusive, o voto impresso conferido pelo eleitor, garantido o total sigilo do voto e observadas as seguintes regras:
§ 1º - A máquina de votar exibirá para o eleitor, primeiramente, as telas referentes às eleições proporcionais; em seguida, as referentes às eleições majoritárias; finalmente, o voto completo para conferência visual do eleitor e confirmação final do voto.
§ 2º - Após a confirmação final do voto pelo eleitor, a urna eletrônica imprimirá um número único de identificação do voto associado à sua própria assinatura digital.
§ 3º - O voto deverá ser depositado de forma automática, sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado.
§ 4º - Após o fim da votação, a Justiça Eleitoral realizará, em audiência pública, auditoria independente do software mediante o sorteio de 2% (dois por cento) das urnas eletrônicas de cada Zona Eleitoral, respeitado o limite mínimo de 3 (três) máquinas por município, que deverão ter seus votos em papel contados e comparados com os resultados apresentados pelo respectivo boletim de urna.
§ 5º - É permitido o uso de identificação do eleitor por sua biometria ou pela digitação do seu nome ou número de eleitor, desde que a máquina de identificar não tenha nenhuma conexão com a urna eletrônica.

Limpar a política é tornar as informações acessíveis aos eleitores - a quem cabe acompanhar atentamente a atuação dos eleitos, cobrar, reclamar...

17/03/2010 12:22


Entidades e deputados entregam substitutivo do Ficha Limpa a Temer



Janine Moraes



Proposta apresentada ao Congresso pela sociedade já tem mais de 1,5 milhão de assinaturas de apoio.Entidades integrantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e parlamentares entregaram nesta quarta-feira ao presidente da Câmara, Michel Temer, o substitutivo do relator do grupo que analisou as propostas sobre Ficha Limpa (PLP 518/09 e outros), deputado Índio da Costa (DEM-RJ). O objetivo das propostas é proibir pessoas condenadas por crimes graves de disputar eleições.



O MCCE pediu prioridade para a votação da proposta e quer a inclusão da matéria na pauta do Plenário já no início de abril. Temer disse que, na próxima reunião de líderes, na semana que vem, vai conversar sobre a votação, mas advertiu que é preciso cuidado para não gerar falsas expectativas. Ele afirmou que é importante assegurar o apoio da maioria da Casa para evitar uma eventual rejeição da proposta em plenário – hipotése que ele classificou como desastrosa.



O presidente da Câmara lembrou que o grupo de trabalho que analisou as propostas sobre Ficha Limpa cumpriu o calendário acordado. Além da celeridade no trabalho do grupo, Temer disse que a decisão de apensar o projeto de iniciativa popular - PL 518/09 – a outras propostas sobre o tema reduziu em quase um ano o prazo de tramitação da proposta.



Apoio popular

O presidente do grupo de trabalho, deputado Miguel Martini (PHS-MG), informou que as entidades integrantes do MCCE continuam coletando assinaturas de apoio à proposta. Até agora já foram protocoladas 1,582 milhão de assinaturas. Ele acredita que o número deve ultrapassar 1,6 milhão.



O relator afirmou que as propostas foram amplamente discutidas, que o texto final é tecnicamente adequado e que as mudanças propostas são constitucionais. Índio da Costa afirmou que a intenção é aprovar um texto que possa vigorar já nas eleições deste ano.



Mudanças positivas

O advogado Marcelo Lavenère Machado, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) MCCE, considerou positiva as mudanças feitas pelo grupo de trabalho da Câmara. Ele citou como exemplo a decisão do relator de condicionar a proibição da candidatura apenas às decisões de órgãos colegiados da Justiça. No texto original, a candidatura já estaria proibida com a decisão de um único juiz.



Ele acredita que a mudança tornará a medida mais justa. Ele explica que, no caso da atual composição da Câmara e do Senado, por exemplo, se a lei já estivesse em vigor, a estimativa é que 15% a 20% dos parlamentares ficariam proibidos de se candidatar com a regra condicionada à decisão colegiada. Na regra original, com a proibição a partir da decisão de um único juiz, esse percentual aumentaria para 30%.



Lavenère acredita que condicionar a aplicação da medida à uma decisão colegiada não prejudicará a eficácia da proposta, pois a maior demora na justiça é da segunda (tribunais de justiça) para a terceira (tribunais superiores) instâncias e não da primeira (juízes) para a segunda.



Reportagem – Silvia Mugnatto/Rádio Câmara

Edição – Paulo Cesar Santos

sexta-feira, 12 de março de 2010

Notícia do CongressoEmFoco.com.br sobre entrevista de Marina a Lobão

09/03/2010 - 15h10
Marina: “Mangabeira fez grande mal na Amazônia”
Fábio Góis

Honrado. Foi assim, em tom de cabo eleitoral, que o músico e compositor Lobão encerrou a estreia do programa Lobotomia, que foi ao ar segunda, 8/3, na MTV, às 23h30. Em pleno ano eleitoral, a primeira convidada do programa “racional, cerebral, a exposição de meu cerebelo”, palavras do próprio apresentador, foi a pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva. Ex-ministra do Meio Ambiente (2003-2008), Marina foi categórica ao mencionar seu principal desafeto no governo Lula, o ex-ministro de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger – que tomou para si o Plano Amazônia Sustentável, estopim para a saída de Marina daquela pasta.

“Mangabeira ajudou a fazer um grande mal para a Amazônia”, sentenciou Marina, no terceiro e último bloco do programa de 30 minutos, quando o assunto foi, enfim, o meio ambiente – até então, questões políticas gerais nortearam a conversa.

Leia mais sobre o ex-ministro em reportagem exclusiva do Congresso em Foco: Propostas de Mangabeira beneficiam Daniel Dantas
Provocada por Lobão (“a senhora é considerada um anjo da guarda pelo Greenpeace”), Marina criticou o “fracasso” na convenção climática em Copenhague, em dezembro do ano passado, quando Lula, segundo a senadora, só levou projeto de redução de impacto ambiental “porque a sociedade pressionou”. “Os governos foram para lá como se fossem convidados, não como anfitriões, como atores daquilo tudo”, declarou, em referência à responsabilidade das nações desenvolvidas acerca da degradação ambiental.

Marina fez críticas aos gestores públicos brasileiros no que diz respeito às políticas proativas contra desastres ambientais. Para a senadora, falta “planejamento correto, sistemas de alerta”. “Todo ano morrem centenas de pessoas em enchentes, a gente assiste a tudo e fica esperando a próxima. Isso acontece porque as pessoas estão morando nas encostas e os governantes não fazem nada”, disparou a senadora, para quem a legislação ambiental é sistematicamente desrespeitada.

“Marquetice canastrona”

Carregando nos neologismos, Lobão iniciou o programa fazendo um contraponto entre o estilo de “coloquialidade” de Marina e a máquina governista marcada pela “marquetice canastrona”. O apresentador iniciava ali uma crítica à linguagem política majoritariamente usada hoje em dia – no que foi seguido por Marina, para quem a linguagem na política “é meio morta, repetida”.

“Não consegue criar nenhum laço efetivo com as pessoas”, disse a senadora, que deixou o PT em agosto de 2008 e, no mesmo mês, assinou sua ficha de filiação no PV.

Tanto Lobão quanto Marina disseram ainda não ter visto o filme Lula, o filho do Brasil (Fábio Barreto). Com a exibição de cenas do longa (“A fotografia é excelente...”, dizia Lobão, com certa ironia), a discussão sobre o viés eleitoreiro teve início. “É inevitável não fazer essa associação com a campanha [presidencial]”, afirmou a senadora, questionando a separação entre os mundos da arte e da política. “Há uma linha muito tênue que a gente tem de manipular com muito cuidado.”

Em seguida, Lobão iniciou o segundo bloco citando a “irreverência alienada” da população diante de escândalos políticos, com direito à exibição do vídeo em que a dança baiana batizada “Rebolation” vira uma sátira sobre a corrupção: o “Roubolation”, filmete registrado também por este site na semana passada.

Leia e veja o vídeo:
“Roubolation” prepara o país para as eleições de outubro

Com menção ao “escandalão” – alusão ao mais grave escândalo da história do GDF, o mensalão do Arruda –, o apresentador criticou a acomodação e o espírito excessivamente galhofeiro da sociedade brasileira diante de casos de corrupção, em que algumas pessoas “preferem descolar um abadá e sair por aí beijando”. “É uma forma de satirizar, a gente de fato ri”, contemporizou Marina, para em seguida criticar. “Mas é difícil a gente banalizar algumas coisas, porque acaba rindo da própria desgraça. Sinto que há um fastio das pessoas em relação à política, em função dos escândalos.”    

Cada um no seu quadrado
Marina fez criticas também às siglas de aluguel (partidos nanicos), e disse que sempre teve de lidar com o pouco tempo disponível na TV para apresentar suas propostas. “Isso de fato é muito ruim. O pequeno tempo na televisão sempre me persegue. Não precisa ser muito, mas preciso ter um tempo necessário.”

A senadora sorriu ao ouvir Lobão se referir à “simpatia postiça” de políticos “cafonas” e seus “jingles lá-lá-lá”. Percebendo a deixa, ela disse que seu novo partido busca justamente o caminho oposto. “Uma coisa que agente está buscando no PV é procurar uma linguagem nova. Os partidos se transformaram em máquinas de ganhar poder”, alfinetou Marina, lembrando a ausência de candidaturas “tipicamente de direita” no pleito presidencial de 2010.

Foi quando a entrevista foi entrecortada por outros vídeos hilários, a começar pelo que mostra os berros “conservadores” do eterno ex-candidato do extinto PRONA, Enéas Carneiro, morto em maio de 2007. Comentando as movimentações dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PSB), Lobão disse que os candidatos, a maioria com histórico de luta contra a ditadura, estavam “em casa”.

“Não,está cada um no seu quadrado“, emendou Marina, ao que é exibido o vídeo que se tornou fenômeno na internet, com três peculiares dançarinos executando uma coreografia impagável ao som de um funk ainda mais engraçado. Com um detalhe: com a devida montagem, a equipe da MTV pôs Dilma, Serra e Ciro como os protagonistas do show.

Notícias sobre organização sindical das carreiras "típicas de Estado"...

10/03/2010 19:46:05


Fórum

Membros do Fonacate debatem a possibilidade de se tornarem Confederação

http://www.sindilegis.org.br/conteudo/texto.asp?tipo=NoticiaSind&id=680893720768946024369394

As entidades filiadas ao Fonacate se reuniram nesta terça-feira (9), na sede da Anfip, e na abertura das atividades de 2010 receberam a visita do secretário-adjunto de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, André Luiz Grandizolli.

Em pauta, a primeira assembléia geral do Fórum neste ano teve o objetivo de discutir a possibilidade do Fonacate vir a tornar-se uma Confederação das Carreiras Típicas de Estado. O secretário do MTE foi convidado para fazer alguns esclarecimentos a respeito das regras, da organização e das questões formais e jurídicas que essa mudança exigiria.

“Organização é sempre importante. Hoje vocês já são uma entidade forte na representação das carreiras de Estado. Agora, deixar de ser Fórum para tornar-se uma Confederação é uma questão que vocês precisam avaliar. Pois vão existir dificuldades sim, além dos custos financeiros e políticos, por exemplo”, disse Grandizolli, se comprometendo a ajudar o Fonacate no que for necessário.

Para o secretário, o Fórum é um ponto de ligação para os anseios das carreiras exclusivas de Estado. A mudança para Confederação, segundo ele, pode sim dar “uma outra cara para a entidade e a fazer mais representativa”. Porém, André Grandizolli frisou novamente a importância dos membros avaliarem todos os percalços da mudança.

O vice-presidente do Fonacate e presidente da Unafe, Rogério Rodrigues, aproveitou a oportunidade para destacar que esta mudança daria mais unidade ao Fórum. O presidente do Fonacate, José Carlos Cosenzo, também concordou: “Prezamos muito pela equidade e seriedade deste Fórum, não tenho dúvidas que torná-lo uma Confederação vai nos consolidar num grupo muito mais independente e representativo”. Na próxima Assembléia Geral do Fonacate, prevista para o dia 13 de abril, o assunto voltará à pauta para decisão dos membros do Fórum.

Concurso Público

Outro assunto em debate na reunião foi a criação da “Frente Parlamentar em Defesa do Concurso Público”, sugerida pelo presidente do Sindifisco Nacional, e também vice-presidente do Fonacate, Pedro Delarue. “Temos que mostrar que não é terceirizando ou privatizando as funções públicas que vamos alcançar o objetivo de ter um Estado a favor da sociedade”, afirmou Delarue.

Os membros deliberaram que levarão a sugestão da Frente para o Congresso Nacional e, a partir daí, o Fonacate implementará outras ações no sentido de buscar a valorização dos concursos para as carreiras exclusivas de Estado. Dentre essas ações, já estão previstas uma propaganda institucional na rádio CBN, que deve estrear ainda esta semana, e a Conferência Nacional das Carreiras Típicas de Estado, que está prevista para acontecer nos dias 16 e 17 de novembro, também deve destacar o tema.


Sindicalismo

Fonacate discute projeto de dispensa para exercício classista

http://www.sindilegis.org.br/conteudo/texto.asp?tipo=NaImprensa&id=660691640866925822349192

Representantes do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado – Fonacate estiveram reunidos com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, Luiz Antonio de Medeiros Neto, para tratar sobre a normatização do afastamento para o exercício de entidade de classe associativa e sindical.

Na oportunidade, o vice-presidente do Fonacate e presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, começou a conversa falando sobre o Fórum e os objetivos das carreiras de Estado. “Em primeiro lugar gostaríamos de destacar que este Fórum ainda está buscando a sua representatividade como única entidade das Carreiras Típicas de Estado”, enfatizou Delarue.

Em seguida o vice-presidente do Fonacate destacou a importância do Ministério do Trabalho pensar numa instrução normativa que possa garantir uma maior liberdade para a atividade sindical, sem cerceamentos. “Temos uma portaria da Receita Federal do Brasil (a 2.266 de 2009), por exemplo, cujo parágrafo 1º do artigo 1º condiciona a liberação do ponto do servidor a uma classificação subjetiva: quando a natureza do evento (sindical) envolver a discussão de temas de interesse público. Quer dizer, o juízo de valor sobre o que é de ´interesse público´ ficará a cargo do nosso patrão? É ele quem vai dizer o que o servidor pode ou não fazer?”, indagou Pedro Delarue. “Vale lembrar que até mesmo a Constituição afirma que a atividade sindical em si própria já é de interesse público”, completou.

O Fonacate pretende apresentar ao Congresso Nacional um Anteprojeto de Lei Complementar sobre Afastamento de Dirigente Sindical, que em sua essência prevê que o dirigente da entidade de classe associativa ou sindical possa ter garantido o afastamento dos respectivos cargos ou funções exercidos, pelo período de duração do respectivo mandato e que o mesmo se dará sem prejuízo dos vencimentos, da remuneração ou do salário e das demais vantagens do cargo ou da função. Para se ter uma ideia, dentre as entidades do Fórum, por exemplo, alguns presidentes falaram durante a audiência com o secretário Medeiros que precisaram tirar férias ou afastamento de interesse particular para poder trabalhar na entidade, pois tinham que conciliar o serviço público e a atividade sindical; outros pedem afastamento, mas tem os vencimentos pagos pela entidade que comandam; enfim, não existe uma regulação específica sobre o assunto.

Ainda segundo Pedro Delarue, outro problema que o dirigente encontra é o limitador de servidores que podem ser liberados para o desempenho de mandato na associação, que de acordo com a Lei 8.112 – regime jurídicos dos servidores públicos civis da União –, para entidades com até 5.000 associados é dispensado um servidor; para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores; e para entidades com mais de 30.000 associados, três servidores. “Temos 25 mil associados no Sindifisco Nacional, e apenas dois responsáveis para este grupo, pois o restante da diretoria continua a exercer suas atividades normais e participa e colabora de acordo com as licenças que tiram. Este limitador deveria ser mudado”, exemplificou.

O secretário Luiz Antonio de Medeiros concordou com o vice-presidente do Fonacate e disse que de fato quantificar não é a solução. “Estamos trabalhando em um projeto de ´Práticas Anti-Sindicais´, que pretende demonstrar que para a boa prática sindical não pode existir limitadores e nem impedimentos para a defesa dos interesses dos trabalhadores, sejam estes públicos ou privados”, afirmou. “Defendemos que a boa prática sindical requer sim liberação pela parte responsável e que ela deve ser exercida com tranquilidade, não dá para conciliar o serviço público e a atividade associativa”, enfatizou.

O secretário encerrou a reunião se comprometendo a convocar o Fórum para audiências que tratem dos temas sindicais e parabenizou a iniciativa de reunir as carreiras mais importantes do Estado em uma entidade: “Vocês têm que trabalhar agora para se tornar uma Confederação, precisam dessa ´grife´ porque falam em nome dos servidores mais importantes do Estado. Vocês julgam, vocês prendem, vocês defendem, vocês fiscalizam. Formam mesmo uma entidade muito forte”, comparou o secretário.

Participaram da reunião os vice-presidentes do Fonacate Pedro Delarue (Sindifisco Nacional) e Rogério Vieira Rodrigues (Unafe); e os representantes das seguintes entidades: Sérgio da Luz Belsito (Sinal); Luiz Antonio Barreto (Fenafim), Lirando Jacundá (Febrafite); Halpher Rosa (ANER); Carlos Alberto Texeira Nunes (Sinait); e Arthur Phillipe (Anesp).

Fonte: Ascom/Fonacate

segunda-feira, 8 de março de 2010

Chapa IntegrAção nas eleições do Sindilegis (quarta 7/4/10)

Juntei-me ao grupo liderado pelo colega - também analista legislativo da Câmara - James Lewis com uma proposta oposicionista de fortalecimento da Democracia Participativa em nosso Sindicato, respeito às decisões pela base em todos os aspectos relevantes...  Chega de "surpresas" em temas como Pro-Saúde, venda da folha, planos de carreira, jornada e ponto eletrônico - vamos resgatar o Sindilegis para @s servidore(a)s!
http://www.sindilegis.org.br/eleicoes/

Estou no "top20" de enxadristas do DF... :-)

http://www.xdf.com.br/rating_unificado.php

Rating Unificado FBX e Xadrez DF
Posição Atleta Rating


1 Sandro Heleno de Sene Trindade 2331 MI

2 Victor Shumyatsky 2318 MF

3 Marcos de Souza Silveira 2280

4 Marlos de Almeida Damasceno 2279

5 Lincoln Lucena 2259 MF

6 Severino Pereira Januario 2246

7 Lucas Aguiar Cunha 2244

8 Antonio Daniel Nobre Mendes 2223

9 Renan Barbosa Monteiro Soares 2197

10 Davi da Silva Nascimento 2181

11 Simael Vieira 2164

12 Sidnei Bissacot Coutinho 2156

13 Tiago Garrido Abrantes 2143

14 Marceley Martins Mariano 2141

15 Felipe Botelho Rabelo 2137

16 William Barreto Pimentel 2131

17 Carlos Alberto Wolff 2127

18 Vitor Sousa Martins 2108

19 Glauber Queiros 2105

20 Alessandro Gil P. da C. Jochem 2101

... (de cerca de 4 centenas de enxadristas em atividade por aqui)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF: quem leva vantagens com ele? Leia a opinião da arquiteta Tânia Batella de Siqueira...

Reproduzo esse texto constante de matéria do Congressoemfoco.com.br sobre mais algumas prováveis negociatas na "Meca da especulação imobiliária brasileira"...

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PLANO DIRETOR DE ORDENAMENTO TERRITORIAL
PDOT-DF
QUEM LEVA VANTAGENS COM ELE?


O que se denominou de “revisão” do PDOT-DF foi, na verdade, outro Plano Diretor que mudou substancialmente o conceito do PDOT-DF anterior, aprovado pela LC 17/97, em vários aspectos e, em especial e fundamentalmente, mudou a “função de Brasília”, construída para promover o desenvolvimento da região central do Brasil.

Este talvez seja o erro principal da nova Lei do PDOT-DF, pois reverte toda a história da construção e transferência da capital federal para o interior do Brasil na medida em que propõe inúmeras “áreas de desenvolvimento econômico” dispersas por todo o território do DF, sem o mínimo de critérios e indicadores para usos e ocupação dessas áreas, onde poderá ocorrer de tudo, “em nome do desenvolvimento do Distrito Federal”. São propostas 12 novas áreas de desenvolvimento econômico, mais nove “pólos multifuncionais”, mais oito “áreas de dinamização de espaços urbanos” sem contar com as outras oito “áreas de revitalização dos espaços urbanos”, onde
“usos multifuncionais” é o critério permitido, portanto, um “vale tudo”...

Exemplo disso é a iniciativa do GDF em construir um “aeroporto de cargas” nas proximidades de Planaltina, em um “pólo multifuncional”, projeto já em desenvolvimento, inclusive com apoio de órgãos da União, em local oposto ao “porto seco” e à ÁREA DE EXPANSÃO URBANA, estes ao sul do DF. A justificativa desse empreendimento é a “ATENDER A DEMANDA DA REGIAÕ CENTRO OESTE” por um aeroporto desse porte, utilidade E ABRANGÊNCIA...

Acrescenta-se a isso o fato de transformação de extensa área de uso rural em urbana, absolutamente desnecessária ao atendimento da demanda por espaço urbano demonstrado pelos estudos técnicos do próprio GDF (anexos à Lei aprovada), promovendo assim um estoque de terras puramente para especulação imobiliária, contrariando a “função social da propriedade” conforme definido por Lei Federal (Estatuto da Cidade).

Como se não bastasse, a proposição de “revisão do PDOT-DF”, de autoria do Executivo recebeu no Legislativo inúmeras Emendas de puro interesse pontual, como alterações de uso, de taxas de construção e de isenções de pagamento por acréscimos de área de construção.

A área transformada em urbana do PDOT-DF aprovado incorpora aquela antes proposta por Emenda do Deputado Benício Tavares, conhecida como Emenda da Santa Prisca, quando da aprovação da LC 17/97 (PDOT-DF anterior), pois abrange áreas daquela fazenda de propriedade do então Deputado Distrital Luiz Estevão. Esta Emenda, confirmada na justiça, jamais foi ocupada, caracterizando o desvio de sua função social e se prestando à retenção especulativa, à revelia do Estatuto da Cidade, desde então.

Contrariamente ao desejado e indicado por essa legislação urbanística federal, que seria o retorno desse espaço físico-territorial ao uso rural, a atual Lei confirma-a como urbana, ampliando-a em muitas vezes, permitindo a retenção especulativa a mais proprietários de terras do DF. Apenas para se ter idéia de tamanho nestas áreas urbanas, desnecessárias, nelas caberiam pelo menos mais NOVE GAMAS.

Merece destaque o enorme prejuízo ao meio ambiente que este PDOT-DF promoverá, consolidando as proposições do Plano Diretor Local do Guará, transformando usos e permitindo empreendimentos imobiliários pára uso residencial em áreas não previstas nem projetadas para tal, contrariando os próprios indicativos e recomendações técnicas de órgãos como a CAESB, que já indicava a suspensão de novos empreendimentos dessa natureza na Bacia do Lago Paranoá, por razões ambientais. Estas recomendações jamais foram observadas e o PDOT-DF consagrou estes empreendimentos, à revelia de recomendações técnico-ambientais.

Sem rever as ocupações introduzidas pelo PDL do Guará, em especial, na Bacia do Lago Paranoá, o GDF dá início à implantação da última área prevista por Lúcio Costa para expansão urbana do plano piloto de Brasília – o Setor Noroeste. Justifica estar, este Setor, previsto no documento Brasília Revisitada, e no estudo da CAESB. Entretanto, nenhum balanço de todos os empreendimentos NÃO PREVISTOS NA BACIA DO PARANOÁ foi feito, e a implantação do Setor Noroeste tem início pelo GDF. Sequer os erros crassos no projeto urbanístico, como descumprimento da recomendação de Lúcio Costa de utilização do conceito de superquadra foi cumprido, pois esta tem apenas e unicamente um acesso interno e as ditas “superquadras“ do Noroeste terão três acessos, o que além de descumprir o conceito principal de Lúcio Costa colocando em risco a segurança dos futuros moradores dessas unidades. Mas é só isso. O projeto urbanístico do Noroeste se superpõe a uma área de recarga de aqüíferos, já demonstrada e identificada desde o Estudo Prévio de Impacto Ambiental / EPIA, solenemente ignorado pelo GDF, o que exigiu projetos de drenagem pluvial especiais para tentar “sanar” ou “mitigar” estes erros “ainda não cometidos mas já admitidos”.

Enfim, mudança da função do Distrito Federal, antes para “promover o desenvolvimento do centro oeste” agora de “resolver no seu espaço físico território os problemas da região”, invertendo o sentido do desenvolvimento histórico e constitucional (de centrípeto para centrífugo); transformação de extensas áreas rurais em urbanas além do necessário ao atendimento da demanda por habitação, promovendo a “retenção especulativa da propriedade”, afrontando a “função social da propriedade” preconizada pela Constituição e leis federais, atendendo interesses particulares em detrimento do interesse público; agressões a legislação ambiental, na medida em que cria Setor Habitacional em ÁREA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAL, como o caso do Setor Catetinho, proposto na Lei do PDOT-DF; ratifica usos e propõem outros tantos na Bacia do Lago Paranoá em total desconformidade com as diretrizes ambientais do órgão responsável pela questão do abastecimento e esgotamento sanitário do DF – CAESB, conforme consta em seu documento para a bacia do Lago do Paranoá, não divulgado; afronta o zoneamento da Área de Proteção Ambiental da Bacia do rio São Bartolomeu, propondo usos de categoria urbana onde o zoneamento vigente impede.

Além disso, e não menos importante é a afronta à condição de Patrimônio Histórico Nacional e Cultural da Humanidade de Brasília, na medida em que ignora dois conceitos básicos e fundamentais na preservação dessa condição: a ambiência e as escalas tombadas.

A ambiência é descumprida pelo conjunto de regras permissivas na área do entorno de Brasília, com mudanças de uso e de taxas de construção, como os empreendimentos na área do Guará, de Águas Claras e outras, na permissão de expansões aos “loteamentos irregulares”, trazendo como conseqüências a saturação da infraestrutura da capital, tanto a infraestrutura sanitária como a viária, já perceptível a todos os moradores do DF e a invisibilidade do horizonte. As escalas tombadas e constantes do instrumento de Tombamento – Portaria 314/92, merece destaque alterações de uso como os da faixa 700, a construção do VLT e outras intervenções que agridem a volumetria e as escalas residencial e bucólica.

Estas regras permissivas contidas no PDOT-DF foram denunciadas ao ICOMOS por Carta da sociedade que, acatando-a, expediu uma MOÇÂO COBRANDO PROVIDÊNCIAS E ESCLARECIMENTOS das autoridades do DF, JAMAIS ANUNCIADAS e DIVULGADAS À SOCIEDADE.

E neste processo de aprovação do que se chamou erradamente de “revisão” do PDOT-DF, o MPDFT atuou ativamente, expedindo diversas RECOMENDAÕES às autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo, tanto de razões de mérito quanto de procedimento, pois a população foi alijada do processo DE CONSTRUÇÃO DESSE PLANO, que deveria se constituir em um PACTO SOCIAL, especialmente pelo Poder Executivo, e culminou com uma Ação de Inconstitucionalidade, o que comprova estes argumentos, que não são todos, mas talvez os principais que imprimem ao Plano aprovado A FRAGILIDADE, ILEGALIDADE E A IMORALIDADE DO DOCUMENTO CONSTITUCIONAL QUE NÃO ATENDE AO INTERESSE PÚBLICO.

Ratificando o comprometimento desse instrumento a interesses possivelmente escusos, vêm à tona denúncias de que parlamentares estariam envolvidos no processo de aprovação do PDOT-DF, na investigação de “caixa de PANDORA”. Segundo divulgado, deputados teriam recebido propina para aprovar esse Plano, o que comprova todas as dúvidas levantadas durante o processo de aprovação, tanto pela sociedade quanto pelo Ministério Público do DFT.

Esta denúncia arremata todos os fatos ocorridos relativos ao processo de aprovação do PDOT-DF, eivado de vícios, de irregularidades e agora, de suspeita de fatos criminosos. A sociedade de Brasília que lutou por um instrumento legal de “bem viver” NÃO MERECE receber esse presente de grego e os responsáveis permanecerem impunes. Só há uma solução ética e moral a fazer, em benefício do interesse público: A SUSPENSÃO IMEDIATA DE TODOS OS EFEITOS DA LEI COMPLEMENTAR 803/2009, SUA REVOGAÇÃO, E A APURAÇÃO DE TODOS OS RESPONSÁVEIS PELA SUA APROVAÇÃO.

É O QUE SE ESPERA DO PODER JUDICIÁRIO, EM RESGATE À MORALIDADE E À LEGALIDADE DE UM INSTRUMENTO CONSTITUCIONAL QUE DEVE SER CONSTRUÍDO COMO UM PACTO SOCIAL E JAMAIS COMO UM “ACORDO ENTRE AMIGOS DO REI”.



Tânia Battella de Siqueira

Arquiteta/urbanista

CREA nº 070080459-5

Fevereiro de 2.010

 
VER: coluna de Renata Camargo em
http://congressoemfoco.ig.com.br/coluna.asp?cod_canal=14&cod_publicacao=31957
24/02/2010 - 06h00

Será PO o protagonista da novela do Pdot?

“Em 2005, Paulo Octávio disse que a grande sacada em Brasília era investir em condomínios de luxo no estilo Alphaville. Bingo! Cinco anos antes, ele vislumbrou exatamente o que foi aprovado no Pdot”.

O ex-vice-governador do Distrito Federal Paulo Octávio, que renunciou ao mandato na tarde de terça-feira (23), é um visionário. Em suas previsões sobre negócios, o empreendedor milionário disse, em 2005, que “shoppings centers e hoteis já deram o que tinham que dar” e que “a grande sacada agora é investir em condomínios residenciais no estilo Alphaville”. Bingo para PO! Ele vislumbrou, cinco anos antes, exatamente o que foi aprovado no Pdot, a lei que rege a ocupação territorial (ou seja, a especulação imobiliária) em Brasília.

A premonição de Paulo Octávio foi feita em entrevista à revista IstoÉ Dinheiro, em fevereiro de 2005, época em que ele aspirava governar Brasília. A matéria traçava um perfil do chamado “rei da Corte”, considerado pela revista o homem mais rico de Brasília, com patrimônio declarado de R$ 500 milhões, podendo chegar a R$ 1 bilhão, se as valorizações de mercado fossem consideradas. A reportagem mostra a trajetória audaciosa de Paulinho, que “com apenas 15 anos, resolveu entrar para o mundo dos negócios”.

Hoje, aos 60 anos, Paulo Octávio vai ter trabalho para provar que não levou vantagens com a aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal (Pdot), que possibilita a construção de vários Alphavilles. E que, apesar do palpite certeiro de cinco anos atrás, ele nada lucrou quando, com a caneta na mão, pôde orientar um plano de ocupação territorial justamente para onde ele dizia que iria dar dinheiro.

O mensalão do DEM, como as investigações da Operação Caixa de Pandora apontam, tem rescaldos no setor imobiliário de Brasília. De acordo com depoimento do ex-secretário de Assuntos Institucionais do DF Durval Barbosa à Polícia Federal, cada parlamentar favorável ao Pdot na Câmara Legislativa, quando a matéria foi votada no ano passado, recebeu R$ 420 mil de propina. E o grande mote financeiro desse plano diretor foi justamente a área onde está prevista a construção de condomínios de luxo.

O Pdot é o instrumento que estabelece as diretrizes de ocupação de um território. O plano estabelece, por exemplo, quais áreas são rurais, quais são urbanas e qual a densidade de cada uma. O plano se torna estratégico para a especulação imobiliária na medida em que permite que seja alterada a destinação de ocupação dos espaços, ou seja, o que hoje é área rural pode passar a ser urbana e, com isso, o preço da terra valoriza consideravelmente.

Uma dessas mudanças estratégicas foi feita na área onde se prevê a construção de um condomínio de luxo do modelo Alphaville Brasília (a “grande sacada”, assim como previu o ex-vice-governador). O primeiro Alphaville da capital, segundo corretores responsáveis pelas vendas, será edificado na região da rodovia DF-140. Essa é a última parte de cerrado vazio e plano no Distrito Federal que não é unidade de conservação.

A área que engloba o condomínio teve estratégica mudança de destinação. E sobre isso recaem as suspeitas de pressões do ex-vice-governador. Antes área rural, a região se transformou em zona urbana de expansão e qualificação, com perfil de ocupação de 15 até 50 habitantes por hectare – densidade perfeita para a construção de condomínios de luxo. A estratégia tem sido usada desde a época de Luiz Estevão (DF), senador cassado por desvio de milhões em obras públicas.

Em 1997, uma emenda do deputado distrital Benício Tavares (PMDB) – um dos acusados de receber propina para aprovar o atual PDOT – ao primeiro plano diretor do DF possibilitou que a fazenda Santa Prisca, do então deputado distrital Luiz Estevão, passasse de área rural para urbana. A área, posteriormente arrematada em leilão, foi transformada em área urbana e manteve-se como uso rural para servir de “retenção especulativa”, como denomina a arquiteta e urbanista Tânia Battella, uma das principais críticas do atual plano diretor.
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